É estranho pensar que a maior contribuição dos pilotos brasileiro ao País acabou sendo para a evolução do senso humor da população. Sim, fizemos muitas coisas importantes nas pistas, conquistamos centenas de provas e inúmeros campeonatos. Mas nada se compara ao número de anedotas que Rubinho e eu inspiramos. Aliás, quero deixar claro que não gosto de piadas de Rubinho. Não se trata de espírito corporativo. Simplesmente as acho de segunda. É bem verdade que também fiz os brasileiros chorarem como nunca. Depois daquela curva infeliz,o Brasil enlutou e verteu um mês de lágrimas. Fosse hoje, teria provocado grandes alagamentos.
Passado o momento de dor, todos tinham um chiste de Ayrton Senna para contar. Em pouco tempo, virei uma categoria de piada. Algumas delas se converteram em verdadeiros clássicos do anedotário nacional. Ao contrário do que muita gente imagina, isso me enche de orgulho.
A ponto de querer relacionar e comentar aqui as minhas favoritas. Tenho predileção pelas que usam a estrutura pergunta e resposta.
Reconheço que esse conjunto de anedotas gera certa polêmica e reações paradoxais.
Os que insistem em me ver como santo não gostam. E os que gostam têm a graça alcançada.
O que o Senna estaria fazendo se estivesse vivo neste momento?
R: Arranhando a tampa do caixão.
Muito interessante. Ela surpreende o ouvinte com uma interpretação ao pé da letra da pergunta.
Minha única crítica é que ela serve para qualquer personagem que já passou desta para melhor.
O que a prejudica no quesito exclusividade.
Sabe qual é o novo nome da curva Tamburello?
R: A reta do Senna.
Talvez essa seja a mais clássica de minha categoria. Eu a aprecio especialmente pelo efeito imagético que provoca. O sujeito que a escuta refaz, mentalmente, o mesmo traçado que fiz na pista. É rápida e tem
um final esmagador.
Sabe qual a bebida preferida do Senna?
R: Batida de coco.
Essa é interessante porque propõe uma questão de âmbito pessoal, desviando assim as chances
de o interlocutor sequer cogitar qual resposta virá. Me agrada também pelo seu toque de brasilidade
e verossimilhança. Faz sentido um piloto brasileiro gostar de batida de coco.
Você sabe o que significam vários caixões empilhados?
R: A Senna acumulada.
Minha preferida. Mistura assuntos desconexos como morte, loteria e piloto através da simples utilização do duplo sentido de "Senna". Tem realmente um desfecho inusitado, bastante livre. Mas tome cuidado. Algumas pessoas mais sensíveis a acham de péssimo gosto. Já vi gente receber muitos unfollow no Twitter depois de contá-la.
quinta-feira, 18 de março de 2010
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